Leishmania spp.
A Leishmania é o protozoário causador da doença "leishmaniose visceral"
O que é a leishmaniose visceral?
Também conhecida como calazar (do sânscrito “doença negra”) e febre de Dum-Dum, a leishmaniose visceral (LV) é uma doença infecciosa causada por protozoários de algumas espécies do gênero Leishmania: Leishmania denovani, Leishmania infantum e Leishmania chagasi que é a responsável pelas ocorrências da doença nas américas. A leishmaniose visceral está presente em todos os continentes exceto na Oceania, onde cerca de 90% dos casos mundiais estão concentrados em países como: Bangladesh, Brasil, Índia, Nepal e Sudão. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil em 2017 teve 4.103 casos de leishmaniose visceral, sendo o maior número de infectados desde 2011. Destes casos, aproximadamente 45% se concentraram na região nordeste do país, tendo maior prevalência em homens do que em mulheres.
Esses protozoários são flagelados e possuem duas formas no ciclo biológico: amastigota e promastigota. A primeira forma se encontra no interior das células de defesa denominadas macrófagos, dos hospedeiros vertebrados (mamíferos) e é caracterizada por ser arredondada possui um pequeno flagelo intracelular. Já livre, os promastigotas são encontrados no interior do tubo digestivo dos hospedeiros invertebrados (mosquitos) e possuem um longo flagelo, o que permite movimento ao parasita (Figura 1).
Figura 1. Leishmania – Amastigota e Promastigota. Fonte: Servier Medical
Como ocorre a transmissão?
A leishmaniose visceral tem como principal vetor a fêmea infectada dos flebotomíneos, também conhecido como mosquito-palha, asa branca, birigui e tatuquira, que transmitem a doença através da picada.
Figura 2. Ciclo Biológico da Leishmania. Fonte: Servier Medical
Quais são os sintomas?
Indivíduos que possuem leishmaniose visceral se apresentam febre, fraqueza, anemia, emagrecimento e o aumento de órgãos, como baço e fígado, que são afetados pela doença.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento?
O diagnóstico da leishmaniose visceral é feito por meio do diagnóstico clinico, com base nos sinais e sintomas do paciente, e por meio da realização de exames imunológicos e parasitológicos. Para o tratamento da LV são utilizados compostos derivados de antimônio que, apesar de eficientes, possuem efeitos tóxicos. Para determinadas manifestações da doença, como: anemia, desnutrição, hemorragias, infecções secundárias etc., tratamentos específicos são utilizados.
Quais são os métodos de prevenção?
Para a prevenção da leishmaniose visceral em regiões endêmicas algumas medidas são indicadas:
1. Uso repelente;
2. Uso telas de proteção em portas e janelas;
3. Uso de mosqueteiros de malha fina ao redor da cama;
4. Evitar a exposição ao ar livre durante a parte da noite, pois é principalmente nesse horário que o vetor realiza suas atividades;
5. Uso de coleiras com inseticidas em seu animal de estimação;
6. Armazenar o lixo de forma adequada.
Conheça nossos materias
Os links a seguir contêm:
-
Atividade educativa sobre o patógeno
-
Infográfico do patógeno para divulgação em mídias sociais
Referências Bibliográficas
BRASIL. Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral. Ministério da Saúde, 2006. Disponível em<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_controle_leishmaniose_visceral.pdf>
BRASIL. Leishmaniose visceral 2017. Ministério da Saúde, 2017. Disponível em <http://www.saude.gov.br/images/pdf/2019/janeiro/28/leishvisceral-17-novo-layout.pdf>
NEVES, David Pereira. Parasitologia Humana. 11ª edição, Editora Atheneu.
REY, Luis. Bases da Parasitologia Médica. 3ª edição, 2011.